18 dezembro 2010

Depois de ti, Meu bem

Depois de ti
Não me tornei espelho pra ninguém.
Malmente conseguia rir
Tão pouco amar alguém

Depois de ti
Vieram os porres e puteiros
Noites infindáveis
Choros e torturas no travesseiro

Depois de ti
Enrijeci o coração
Recusei-me a de novo amar
E cai na vida

Depois de ti
O mundo ficou turvo
Os olhos umideceram
Em meio a tantas memórias e conteúdos...

Depois de ti
Veio a dor de cotovelo
As piores ideias
E tortos poemas feios

Depois de ti
Voltei a ser eu
Enxerguei...
E Vivi...Depois de ti!

17 novembro 2010

Eu quero ser um mal menino
E Queimar o mundo num canudo de papel
Eu quero ser um mal menino
E poder fazer poesias ao léu

Vou musicar meu choro
Com exagero de notas de ouro
Gritar desejos na mesa do bar
E sobre a luz do luar
Um bom uísque só pra se encontra.

Canção Repetida

Essa canção marcou a nossa história
Essa canção já tão simplória
Por tanto se tocar.
Já não sou mais forte que um cigarro
Rastejo tão fagueiro e um tanto otário
Que hoje mal consigo andar.

Foi eu quem fiz o teu sorriso
E te acolhi no abrigo
Do peito ao coração.
Eu escrevi a nossa história
Pra você chamar de estória
E jogar fora feito a um borrão

Espero que sejas bem feliz
Ao lado de outro alguém.
Que pule fora dessa gangorra
Que corra desse vai-e-vem

Vá sem nóstalgia
Sem sentir melancolia
Quando estiver com outro em nossos lençóis
Vá pela estrada fria enganando o seu amor
Se me veres numa esquina
Vire o rosto e colha o que plantou

Digo tchau
À essa paixão mal resolvida
Que pra essa história tão antiga
Fiz essa canção repetida

21 agosto 2010

Digo que amo

Eu vou...
Estou...
E digo que amo.

06 maio 2010

Morena.

Morena da beleza de mulher
Que no seu íntimo sabe o que quer.
E na beleza de ser
Remexeu minha cabeça por saber acontecer
No meu pobre coração.

Por isso hoje lá em casa
O meu peito fica em brasa
Quando lembra do teu beijo.
E com toda a harmonia
Essa linda poesia
Te retrata em meu desejo.

A tua presença é um privilégio
Dessa vida, que é meu colégio.
Aprender contigo a alegria
É seguir no céu a estrela guia
Que brilha a emoção.

Sentir do teu beijo
Esse tal de afeto:
É mexer com a razão
E é com tal satisfação
que eu faço a nossa história de canção.

Intimidade

Muitas vezes
Me perdi nas tuas curvas
Tentando destilar o cheiro
Que encantou o meu desejo.

Muitas vezes
Me perdi nas tuas curvas
Como me perco
Em loucos devaneios.

Porque o cheiro
De nossas intimidades
Se grudou nas minhas
Em um regato de gozos

Feito em razão
Dos rebuliços de nossos quadriz.
E a minha lucubração
Não tem mais sentido, se não o de te amar.

Porque a tua imagem, nua
Se pregou a parede da memória
Como a história
Se prega ao pretérito mais que perfeito.

Muitas vezes
Me perdi nas tuas curvas
Como me perco
Em loucos devaneios.

10 abril 2010

Quanto tempo...

O vento que toca o chão levanta uma neblina que não cessa de me estancar. Estancou-me, mas não as águas de meu rosto. Meu corpo treme com esse transbordar e minha face transborda a enxurrada desse vendaval. Que tempo frio esse! Esse tempo gélido... Temporal vil, viu? Não enxergo, pois o temporal que cai de meus olhos é mais rápido que o olho temporal. Quanto tempo o tempo tem? Quanta chuva deve passar pelo meu sobrado, pelo meu pobre rosto rico de tempo? Sobrou algo ao menos derramado? Quanta chuva deve passar pela minha lareira gélida para sanar a ferida do vendaval que por mim se alastrou? Plantou, plantou e não frutificou. O único calor que me queima é a geleira de meu peito esquerdo.
Derramada está minha semente e a carrasca ausente o vento a levou. O que é, então, o amor? Não sei, ainda não vi seu trapo de face, só um esboço de classe verão. Meu chão... O vento que a trouxe foi o mesmo vento que levou consigo o ar da paixão... E pra mim... E pra mim? Restou a tempestade da solidão. Quanto tempo esse vento tem? O vento, o fogo, o frio... O rosto. A face queimosa do gélido vento. A semente narcisa que ultrapassa seu tempo, preferiu ousar semear em outro espaço. Que então vá. Mas para nunca mais voltar. Quanto tempo durará esta minha decisão?
Quanto tempo o meu tempo tem? Será a resposta para minha insatisfação.

26 fevereiro 2010

A dama do samba.

Vou pedir para o seu pai
Que me dê a sua mão.
Vou te levar pra morar no meu barracão
Que eu mandei banhar em ouro.

Quando você chegar
Vou fazer um tapete de flores.
Vou encher a casa de cores.
Vou fechar o botequim.

Você vai ser...
A rainha do meu país.
A minha imperatriz
A dama do meu samba.

Eu vou te dar
Uma fita amarela
Com três poemas meus nela
Pra você fazer o que quiser.

Eu vou fazer de você
O meu samba enredo
Te chamando de cabrocha.
Falando sempre bem do teu nome.

Vou sair da boemia
E te fazer uma filha
Pra você chamar de família.
Vou te fazer um cafuné, Te dar a boa vida
[E te fazer de mulher.

22 janeiro 2010

Dádiva

Tenho uma pedra que gostaria que fosse uma ave.

Planar pelo infinito e navegar pelos mares.

Mas ela é muito dura e não planaria por muito tempo.

E como não sabe nadar e pesa mais do que o ar,

Cairia no fundo do alento.

Perguntei a ela, então, se gostaria que eu a carregasse.

Levaria ela ao céu e nadaria com ela em outras faces.

Ensinaria como voar e como velejar por entre águas e molhares.

Ela me disse que não entendia o que eu estava a propor.

Pois não era ela que não sabia voar ou nadar,

Sou eu que não sei onde estou.

Pois tudo que existe tem seu trajeto,

Uns como folha outros como inseto.

Uns pra sonhar outros para fazer.

E assim como tudo, ela também fazia o seu dever.

Ensinava os apreçados a cair e os humildes a entender,

Que não é quão dura seja uma pedra

É sua bela forma de proceder.

E assim eu compreendi, que não é pena que devo ter,

É a certeza de que não é a forma do objeto,

Nem qual seja o seu trajeto,

Que irão influenciar em seu prazer.

É a consciência de sua dádiva,

E como aplicar isso em seu viver.

15 janeiro 2010

Egaiole-se em suas asas

Pense no pássaro que voa livremente pelos ares de sua razão animal; manobras claras de liberdade irracional, apreciando o que de mais belo tem na natureza. Pousa em seus descansos, desfruta de seus prazeres instintivos; alça vôos do ápice de sua vontade maquinal. Predador por necessidade e reprodutor oriundo; sua única vaidade: Seu canto.

Sem medo e sem limitações espaciais. Simplesmente um voador, planando no céu de seus devaneios reais, a mercê da fluidez do rio do tempo.

Agora imagine este mesmo ser sendo aprisionado, tolhido de suas intrínsecas necessidades. Não podendo mais gozar livremente de sua condição como ser vivo. Este que nascera com sua raiz já predestinada a uma certa prisão, acaba de ser decepada todas as chances de desfrutar do tempo restante que lhe compete como ser vivo e da liberdade condicionada que lhe cabe.

Agora se coloque no lugar deste ser. Ao menos tente sentir o ar de hostilidade que agora circunda sua vida. Isso é vida?

Não vivo como o pássaro – que fora capturado e engaiolado. Não me aprisiono e nem permito ser. Não que ele tenha culpa por ser capturado, afinal ele é irracional. Mas e nós, seres humanos, racionais, por que nos deixamos aprisionar por gaiolas sistêmicas? Não temos razão, moral, ética, dentre outros palavrórios que o homem inventou para classificar atitudes que deveriam ser tomadas e/ou que são tomadas? Acho que já existem muitas palavras e pouco uso prático e benéfico delas. Palavras o vento leva, atitudes o tempo registra. Alçarei vôos para não me coagirem a me engaiolar. Minha próxima parada? O céu já não é mais o limite. Não tenho paradas. A felicidade – dizia Margaret Lee Runbeck, e eu completo – assim como a liberdade não é uma estação a qual chegaremos e sim uma forma de viajar. Tente viajar, livremente, e não estagnar em uma estação.